Angykall - Parte I Sinopse

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 ...Indo de encontro a um talvegue lóbrego e sinuoso de águas púrpureas arrodeado por belas rosas azuis fulgentes e de reflexos hipnotizantes de pura beleza espairecida, Varekann um Araghayo que adorava os aromas florestais desceu de seu Hippidyon e caminhou lentamente entre as sendas profusas da floresta atmosférica , deixando o suor escorrer em sua face cálida , porém de prontidão procurou o melhor local para descançar e avistar as lindas paisagens dos cerúleos dos vales montanhosos e seus boqueirões profundos.No entanto algo fulminante aflorou do interior verdejante naquele final de entardecer e culminou entre os arbustos e suas copas crômicas de primavera cruzando seu caminho...
—Que luzes magnificentes são essas? — disse o homem dando passos suaves e sentando-se debaixo de um arvoredo ao mesmo instante em que era seduzido por uma chuva densa de matizações cintilantes com suas gotículas um tanto densas e brilhantes , donde caíam morosamente sobre o solo da mata.
Nessa estância subalterna de meandros vespertinos e contínuos ele fez surgir entre os crepúsculos a verdadeira essência das notas musicais, na qual soprava-as através de sua flauta de fascínios virtuoses.Até mesmo os seres mais inertes da floresta pareciam ouvir aquele som mágico ressoando em seus singelos ouvidos acompanhados pelos ventos pomposos daquela terra elementar.
—Sei que estou longe dos Rhossadhos e de meus últimos amigos que lá deixei... de tudo que me parecia normal até então, mesmo assim não me arrependo!... enfim agora posso ver com meus próprios olhos: — A “Floresta Musical” e seus encantos realmente existem de verdade.... é fascinante...
Em meio a um deslumbrante choque de visões , ele ficou ainda mais encantado e observou que uma força surreal acima de seus pensamentos mais lúdicos sabia exatamente o que fazia naquele instante em que estava acompanhado de vozes uníssonas e que resplandeciam cautelosamente com suas nuances angelicais em cânticos cada vez mais agourentos e um tanto exímios e doces que prevaleciam perante aos bocejos soturnos das profundezas silvestres.
—Venha a mim!... —Venha a mim!... — dizia uma das vozes feminis , deixando seus ecos sopranos e místicos invadirem a índole daquele matuto que por ventura de sua sina, consiguirá chegar até aquele patamar antes de qualquer pessoa ; assim era contado pelos povos antigos , ou seja , nunca alguém ousou sequer deixar seus rastros naquelas paragens.
Mesmo diante de forças supremas e mágicas ele não parava de soprar sua flauta e nesse paradoxo , muitas nuvens acinzentadas surgiram nesse dia de horizontes de céus perfeitos junto com poderes nefásticos que se aproveitaram daquele cenário ovante para imporem suas magias obscuras.
—O que esta havendo? —Não estou conseguindo enxergar... —murmurou Varekann bastante assustado ao perceber que a luz intensa e suas auroras fúlgidas que ali estavam , já não eram tão intensas assim, dando lugar a uma lufada de pétalas empretecidas.
—Venha a mim!... — a voz feminil ressoava frenéticamente, porém foi sendo reduzida brandamente até desaparecerem seus ecos junto aos cânticos das revoadas vespertinas.
—Oh! — Não... não... não!... —gritou Varekann, para seu coração atormentado, na qual o silêncio da escuridão e da eternidade esculpiam espíritos de tristeza e dor em seus sonhos que de agora em diante se tornariam melancólicos pra sempre , permanecendo a fortificação do silêncio na floresta encantada.
Sendo assim desapareceu todo o cenário faustuso e permaneceu as glórias sombrias que proclamavam suas ordens de agora em diante.Desta forma Varekann foi atraído por alusões e forças feéricas amaviosas e desapareu em meio àquela profusão brumar, porém a “harmoniosa” ficou intacta da mesma maneira que fora deixada pelo seu virtuoso soprador de notas musicais efêmeras...
Então as cortinas resplandecentes daquela transformação misteriosa permaneceram intactas enquanto os ventos sopranos perduraram seus efeitos por muitos Erácklos (como os Araghayos chamavam os séculos e eras passadas) adentro, mantendo os segredos adormecidos daquela flauta nos recônditos florestais , donde recrudesce o medo da eternidade sublime de todos os seres até os dias novos... estando sob o domínio da “natura”; permanecendo imóvel sob o cânticos da mata... pelo menos por enquanto até as próximas notas musicais serem sopradas novamente e fazerem aflorar nas florestas as novas silhuetas dançantes com seus encantos melodiosos...